sexta-feira, 6 de março de 2009

É completamente inócuo


É completamente inócuo
O sentido das palavras
Quando o som destas
Desmancham o seu próprio sentido
No entoar da tua boca
E no ranger dos teus lábios...
Desordeno os meus passos
Remexidos revirados
Distintos e baralhados
Para que a lucidez cega aprecie
A luz rasa sobre o caminho
Ao longe a luz corre
Ao perto a luz envolve ...
A meia luz...
O corpo padece e estremece
De frio tudo acontece
De cansaço tudo esquece
Palavras soltas
Para que se arrumem
Sílabas dançam no papel
Bailadas por um pincel
De cor pálida pastel
Sombreado de tom mel
Ao sabor do pensamento de alguém
Alguém com sentidos
Que por si se baralha e contradiz
No cântico das suas palavras
Solta ecos de igual sabor
Ecos de igual cor
Ecos de fulgor
E enquanto o som se assemelhe
A tudo o que compreendo
É completamente inócuo
O sentido das palavras...
Semente Laranja...

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